segunda-feira, 5 de março de 2012

Marissol Mwaba

Artista brasileira que cresceu numa atmosfera artística extremamente rica na qual desde cedo conviveu com o universo do folclore, da pintura, música, danças e literaturas de várias regiões do Brasil. Este contato intenso com o panorama cultural africano, principalmente com a música da província do Katanga, no centro da República Democrática do Congo, marca de modo inegável a sua expressão, criação e execução como artista, que alia essas influências a um jeito pessoal de tocar violão, contra baixo, compor e cantar desde seus 9 anos.

Musica: Azul
(Autora: Marissol Mwaba)

Eu não sei como explicar
Que azul é a cor de olhos negros
Nem como um simples sim
Faz levantar dúvidas sobre a indecisão...
Como uma palavra faz delirar?
Como um simples olhar
Faz derramar sons do que se achava estar vazio,
E faz se achar perfeito o que falha sempre?

Eu não sei como explicar
Que o céu trás respostas que vêm de dentro...
Mas não me faz responder
O que é que dis......torce o tino
E faz não esperar o dia amanhecer pra acordar
E torna pesado o ar...
Ilusão,
Não vá revirar o que não se sente...
O que não se sente...

Link da Música: http://www.youtube.com/watch?v=f4GyS9ZNc1I

François Muleka

"É musico brasileiro, filho de africanos, que faz música no Brasil, para todo mundo. Com influencias inescapáveis da música brasileira, dos hits enlatados americanos e da música tradicional africana, o compositor mistura melodias assobiáveis com um jeito percussivo de tocar o violão, fazendo o que chama carinhosamente de batuquinhos."

Endereço Eletrônico:
http://www.francoismuleka.com/


Flávia Luíza
(Autor: François Múleka)

Teu confuso horário sempre me atrasa
Pesos, medidas e satélites
A topografia do teu corpo
Me exibem a todo tempo em cálculos loucos
A gravidade é o que me planta ao teu lado
E se convier, por muito tempo
Tenho com certeza quase todas as razões para dizer
Que você é meu mundo
Mas falta rodar

Contra a correnteza nós seguimos juntos
Mesmo que a mão esteja cansada
É cachoeira atrás do morro
Desemboca ali na frente
Onde o mar beijo o rio
O vento e a ressaca me assustavam
Mesmo sendo ilhéu, mas tudo bem
Tenho com certeza quase todas as razões para dizer
Que você é meu remo
Mas falta o meu barco

Imperceptível um tanto peristáltica
Pelo meu eu você se diverte
Cafunezinho no pescoço
Me explora em toda pele
Mesmo o fim dos confins
Membro ilusório que já não estava lá
Ainda que estivesse a todo tempo
Tenho com certeza quase todas as razões para dizer
Que você é meu corpo
Mas faltam os meus braços

Por todos os lados você se espalha
Eu me atrapalho e desconcentro
Se eu procuro cê já foi
Se eu pergunto cê não diz
E me olha estranha
São sensações que não dão pra controlar
Mesmo se desse, o que é que tem?
Tenho com certeza quase todas as razões para dizer
Que você é meu tudo
Mas falta o meu nada

Feito um delírio do qual não se escapa
E cujo absurdo é evidente
Você se aproxima sorrateira
Caladinha, vem na manha
E eu finjo que não vi
Cores misturadas que não dá pra entender
Mas tanto faz, no fim de tudo
Tenho com certeza quase todas as razões para dizer
Que você é meu sonho
Mas falta acordar!